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- Que magnífica boiada! - disse eu. - O boi é o qudrúpede que mais se parece com um filósofo. Vê tu o passo mesurado, grave, e cadente de um boi! O olhar meditativo! A sisudeza do aspeito! O ar revelativo de um complicado trabalho intelectual que se está elaborando naquela enorme cabeça! Há grandes filósofos inquestionavelmente menos sérios e cogitativos que o boi! Decerto, sabes, amigo Joaquim, a importância social, legendária, simbólica, e mítica do boi na antiguidade.
- Não sei isso bem - disse modestamente o meu amigo; - o que sei deste prestadio animal é que a humanidade o come há muitos séculos, e que nos jantares de Cressus e Luculus apareciam bois inteiros assados, e creio que no convento de Mafra também se assavam inteiros os bois.
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Teresa, quando tinha doze anos, herdou de sua madrinha dous novilhos.
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In Vinte Horas de Liteira - C.C.B.
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