No dia 17 de Maio, pelas 21:30h, reuniram-se pela terceira vez, os leitores de Camilo Castelo Branco, para mais uma reflexão sobre o escritor e a sua obra:
«Coração, Cabeça e Estômago»
«…Esta novela pode ainda ser lida como uma autobiografia de Camilo Castelo Branco, ressalvando sempre a noção de que Camilo não teve apenas uma vida mas muitas, cada uma vivida por si só com sinceridade e com intensidade. Se atendermos ao amor, e relembrando-o na vida do autor, basta ter em conta as “sucessivas” mulheres de Camilo que, sempre à conta desse sentimento sublime, ele foi deixando para trás em nome da deambulação sentimental, provavelmente sem nunca ter querido admitir que praticava, à luz dos seus próprios critérios, o crime masculino por excelência, seduzir e abandonar a amada.
…Esta novela representa, ainda, a ambivalência da vida humana na sua busca desesperada de sentido e de propósito definitivos de modo a que a existência seja percebida como valendo a pena ser vivida. O que vai acontecendo, no entanto, tem a força de uma lei imprevista, que bane de uma assentada as melhores intenções e que conduz o ser humano a paragens nunca antes imaginadas, assim como o modo como as coisas e os seres são percebidos é apenas, e sempre, uma parte da verdade.
Como comenta Silvestre da Silva, o narrador-protagonista desta novela, a propósito da percepção do seu comportamento no amor por parte dos outros:
…Esta novela representa, ainda, a ambivalência da vida humana na sua busca desesperada de sentido e de propósito definitivos de modo a que a existência seja percebida como valendo a pena ser vivida. O que vai acontecendo, no entanto, tem a força de uma lei imprevista, que bane de uma assentada as melhores intenções e que conduz o ser humano a paragens nunca antes imaginadas, assim como o modo como as coisas e os seres são percebidos é apenas, e sempre, uma parte da verdade.
Como comenta Silvestre da Silva, o narrador-protagonista desta novela, a propósito da percepção do seu comportamento no amor por parte dos outros:
“Era isto o que se dizia; mas a verdade é outra.”
- Se a vida se torna a obra, a própria obra se torna a vida.
…Que tenha sido Camilo Castelo Branco o autor da novela que nos dá a ler de modo tão cru esta revelação, faz-nos crer que é por si mesmo um traço fora do comum (tocando as raias da invenção genial) de um autor proteiforme, inconformista, intuitivo, com uma capacidade de ironia como visão do mundo, da existência humana e da palavra romanesca, para além do facilmente concebível.»
Do Prefácio de Eunice Cabral
In Cabeça, Coração e Estômago - Camilo Castelo Branco
2 comentários:
Lucy!
Se estivesse em Portugal você teria companhia certa.
Achei bastante interessante este trabalho, ou melhor, estudo!
Como estou com o PC da Ana em banda larga estou me encantando com as imagens e a música a pleno, coisa que na minha conexão discada não seria possível.
Parabéns por mais este blog.
Está lindo!
Um beijo agradecido.
Astrid Annabelle
Querida amiga Astrid,
E que bem eu me sentiria com a tua companhia arguta e sensível.
Ainda bem que conseguiste aceder a outro PC - que não a carvão (o meu está de igual modo - a precisar de formatação de disco para se aligeirar).
Eu é que te agradeço,
Um beijo,
Lucy
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