Casa de Camilo

Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco
"desenhos do rui" clicar na imagem

Seide Saúda-vos!

25 de fevereiro de 2011

Ramalho Ortigão sobre Camilo...


"... o nome de Camilo Castelo Branco representará para sempre na história da literatura pátria o mais vivo, o

mais característico, o mais glorioso documento da actividade artística peculiar da nossa raça, porque ele é,

sem dúvida alguma, entre todos os escritores do nosso século, o mais genuínamente peninsular, o mais

tipicamente português."



DIVULGAR CAMILO: http://divulgarcamilo.blogs.sapo.pt/6859.html




23 de fevereiro de 2011

Excerto de Miguel Torga


"Chuva.Bátegas de água que parecem cargas de cavalaria. Quem se arrisca a pôr o pé fora da porta, atravessa a rua com a velocidade dos relâmpagos. Do lado de dentro das casas, dos automóveis e dos eléctricos, a humanidade separa-se da natureza por vidraças ...
Heróico, sereno, plantado no jardim como um arbusto flexível mas persistente, o busto de António Nobre. E a penosa visão do poeta imortalizado, deu-me para pensar... na desgraça das estátuas. É que são realmente desgraçadas! Pelo menos as daqueles que em vida as mereceram de verdade. Ainda hoje me arrepio, só de recordar a visita que fiz, num dia de remoto Inverno, a um Camilo (Castelo Branco) monumentalizado no Porto. Debaixo de um céu negro e pesado, a escorrer água e solidão, a sua máscara de azebre era a imagem dum condenado a penas eternas. O angustiado de Seide, enquanto vivo, tinha ao menos um filho doido, os livros e o génio para aquecer o coração. Mas aquele Camilo de forma, esquecido e desabrigado, não tinha nada. Nem sequer o calor das próprias veias!

"É claro que nunca passou pela cabeça de nenhuma patriótica edilidade, de nenhum indefectível admirador, esta ideia: que talvez se esteja ali, no próprio acto de inauguração do bronze, a arredondar a coroa de espinhos com que em vida já se crucificou o Homem que se glorifica. É que... Mas que trágico destino ficar numa praça a apanhar vento e chuva até à consumação dos séculos! Era bom estar estar ali, era. Havia de ser, porém acompanhado de uma saudade verdadeira. Duma lembrança quente, perene, constante, que fosse como uma seiva a correr entre a vida e a morte. Mas qual o quê!
Entre nós, uma estátua significa apenas o chumbo que não se pôs no esquife. E por isso é que não conheço um sequer dos infelizes embalsamados em metal que há por aí que se sinta bem na sua mortalha póstuma.

É claro que também há sujeitos de pedestal, alegres, felizes, com ar de quem vigarizou a posteridade. Desses, porém, nem vale a pena falar: apenas continuam na morte a triste comédia que representaram na vida ... "


                                                  Miguel Torga
                                                  Diário
                                                  Coimbra, 12 de Dezembro de 1942

DIVULGAR CAMILO:  http://divulgarcamilo.blogs.sapo.pt/6859.html



14 de fevereiro de 2011

Os amores de Camilo



«Em 1841, com apenas dezesseis anos, casa-se com Joaquina Pereira. Ao completar dezoito anos, matricula-se na Faculdade de Medicina na cidade do Porto, mas não dá continuidade ao curso. Em 1844, envereda-se por uma vida boêmia na noite portuária, entre os cabarés e os prostíbulos.

No ano de 1846, Camilo inicia um romance com Patrícia Emília e foge com a amante para a cidade do Porto. Nesta época, publica um artigo de cunho político no qual criticava avidamente o governador civil José Cabral Teixeira de Moraes. Suas críticas lhe renderam um espancamento pelo capanga do governador.

A relação com Patrícia Emília iniciara sem que Camilo houvesse se separado de Joaquina Pereira. Deste modo, é acusado e preso por bigamia. Após obter a liberdade, em 1848, abandona Patrícia e também não retorna aos braços de Joaquina. Volta a viver com a irmã, já residente em Covas do Ouro, e dedica-se ao jornalismo, envolvendo-se em amores passageiros. Nesta mesma época, conhece Ana Plácido, escritora e noiva de um comerciante brasileiro chamado Manuel Pinheiro Alves (que seria retratado de modo depreciativo e indireto nas novelas de Camilo Castelo Branco).

Camilo e Ana Plácido iniciam um relacionamento paralelo. Quando Ana casa-se com Manuel Pinheiro, o escritor abala-se profundamente e busca refúgio na religião. Passa a freqüentar o seminário por aproximadamente dois anos, entre 1850 e 1852. Entretanto, acaba por envolver-se amorosamente com uma freira chamada Isabel Cândida. Extremamente desiludido, Camilo tenta suicídio ao abandonar o seminário.

O relacionamento adúltero com Ana, é retomado anos mais tarde e ambos fogem para viver juntos. No entanto, são encontrados e capturados em 1861. A relação causou um forte impacto sobre a opinião pública portuguesa. Era o modelo das narrativas românticas nas quais todas as convenções sociais são ignoradas em nome de uma causa; neste caso, o sentimento que os unia. Camilo é condenado e torna-se prisioneiro na "Cadeia da Relação do Porto", onde conheceu o famoso criminoso português Zé do Telhado. Neste mesmo período, escreve uma de suas obras mais famosas: Memórias do Cárcere. Após conquistar a liberdade, a esta altura já com trinta e oito anos, o escritor e sua amante retomam o romance e passam a viver juntos em São Miguel de Seide.

Ana Plácido dá à luz a um filho que, teoricamente, era de seu antigo marido. Neste momento, a família já conta com dois filhos de relacionamentos anteriores de Camilo somando-se ao recém-nascido de sua atual esposa. Em 1863, Manuel Pinheiro Alves falece e o casal passa a viver com mais conforto na propriedade do comerciante falecido, em São Miguel de Seide. Mas a fraca saúde dos filhos do casal, obriga Camilo a escrever sob encomenda para sustentar as finanças. Suas novelas são narrações curtas que abordam temas cotidianos e vão de encontro à predileção literária do leitor emergente e consumidor lusitano. Neste momento, Camilo passa a ser o primeiro escritor português a viver exclusivamente da própria literatura.»



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Casa de Camilo - Noites de Insónia

«As “Noites de Insónia” têm como finalidade a descoberta de formas diferentes de aproximação aos textos camilianos, através da discussão em grupo de determinadas obras, escolhidas previamente. Do gosto pela leitura e da conversa sobre o que se lê, da troca de opiniões, de pontos de vista, de associações, procuraremos criar cumplicidades e desenvolver o gosto por uma leitura mais activa e partilhada da obra do romancista de Seide.» http://camilocastelobranco.org/index2.php?co=569&tp=6&cop=260&LG=0&mop=604&it=evento_lst Coordenadores: 2009 - Professor Cândido Oliveira Martins - Universidade Católica de Braga 2010 - Professor Sérgio Guimarães de Sousa - Universidade do Minho 2011 - Prof. João Paulo Braga

Encontros 2012 - Professor Sérgio

15 Fevereiro - "Memórias do Cárcere" - Discurso Preliminar
7 Março - "Memórias do Cárcere" - Do I capítulo ao V

Encontros 2011 - Professor Paulo

2011 "A Viúva do Enforcado" - 16 de Novembro - 21:30 "A Filha do Arcediago" - 19 de Outubro - 21:30 "As Aventuras de Basílio Enxertado" - 21 de Setembro - 21:30 "Maria Moisés" - 9 de Julho - 21:30 "O Cego de Landim" - 15 de Junho - 21:30 "O Retrato de Ricardina" - 4 de Maio - 21:30 "A Corja" - 6 de Abril - 21:30 "Eusébio Macário" - 9 de Março - 21:30 "A Sereia" - 9 de Fevereiro - 21:30

Encontros 2010 - Professor Sérgio

"Memórias de um suicida" - 30 de Novembro - 20h "O que fazem Mulheres" - 6 de Outubro - 21:30h "O Amor de Perdição" - 16 Junho - 20h "O Senhor do Paço de Ninães" - 21 Abril - 21h30 "Anátema" - 24 Março - 21h30 "A Bruxa de Monte Córdova" - 24 Fevereiro - 21h30 "A Queda dum Anjo" - 20 Janeiro - 21h30

Encontros 2009 - Professor Cândido

"Estrelas Propícias" - 11 Novembro - 20h "A Brasileira de Prazins" - 21 Outubro - 21h00 "Novelas do Minho" - 16 Setembro - 21h30 "Coração, Cabeça e Estômago" - 17 Junho - 21h30 "Vinte horas de Liteira" - 22 Maio - 21h30 "Memórias do Cárcere" - 30 Abril - 21h30