(pág. 35)
- Hei-de ver se faço seis volumes, meu amigo. Terás tu muitas histórias para me contar? Vê lá, meu filho. Se eu achava nesta liteira esqueletos para os cem livros que tenciono escrever em dez anos!...
- Então vocês chamam esqueletos às histórias que apanham de orelha? É bem posto o nome, atendendo à magreza dos livros que fazem!... Que histórias queres tu? De dinheiro?
- E sem dinheiro; servem-me todas.
- Queres tu uma que sucedeu há três meses no meu concelho? Se duvidares, vai lá sabê-lo.
- Ó homem, eu creio em ti; e, se não acreditasse, também não iria informar-me. Eu dispenso-te de me dar provas que o leitor me não pede a mim.
(...)
In "Vinte Horas de Liteira" - C.C.B.
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