Uma noite quente, convidativa à caminhada... 4 autocarros carregados de gente a ser levada da Casa de Camilo a Landim, junto do Mosteiro. Em noite de celebração de Museus, esta caminhada pelos trilhos de Camilo é imprescindível!
De Landim até novamente a S. Miguel de Seide lá seguiu a romaria... desta feita, a pé.
Mas que apetites ou que ventos trouxeram tanta gente a percorrer o trilho da Cangosta do Estevão, este ano?
Os aromas de Camilo foram se espalhando com as pequenas teatralizações de passagens de seus romances. As gentes chegavam-se à frente, esticando o pescoço para ouvir melhor... mas faltava o megafone dos homens da luta! Ainda que não ouvissem, o ambiente era tão bom que só o prazer da caminhada levava novos e mais velhos a seguirem na procissão. Não foi de velas, mas não faltaram candeias e lanternas...
E o Camilo (o mais bonito Camilo de sempre: o Reinaldo) - emprestando, encarnando, enroupando - vestia o papel principal, cofiando o bigode ao correr do trilho, já sabendo de cor todas as suas e as demais falas, avivando a noite da memória daquele que é um escritor meio esquecido, para não falar 'lido'.
E nesta noite de festa, outras estrelas brilharam e encantaram... foi uma rusga de dança, de cantoria e de animação.
E chegados a "Casa" - à dos estudos camilianos, hei-los estudando a melhor maneira de dar a palitada nos rojões, arrastados pela forte ventania, fizeram voar em pouco minutos, rojões e caldo-verde, empurrando-os pela garganta sequiosa com um caneco de "binho berde". A gente do Minho é assim! Descendentes do Zé do Telhado não deixam por mãos alheias a luta que podem travar os próprios.
A Casa de Camilo, Grutaca – Grupo de Teatro Amador Camiliano, Grucamo, a Rusga de Joane, os grandes impulsionadores, organizadores e animadores desta magnífica actividade.
Parabéns a todos pela sua total dedicação e disponibilidade.
A toda aquela gente que compareceu em massa, o meu aplauso, porque acima do esforço de um caminhar 'por maus caminhos' - e nisto o louvor ao grupo de caminheiros da GRUCAMO, que sempre a abrir os braços nos foram protegendo as bordas e alumiando os passos - não desanimaram e até cantaram.
- Que grande Corja! - diria o Abade Justino, muito ciumento desta trupe de gente.
Mas não adiantou mais... foi logo vareado de raspão, esse mulherengo sem ideal, «estômago com algum latim e muitas féculas»*.
Pensava ele que ainda estávamos no tempo dos Cabrais...!
* - Dos Romances "Eusébio Macário" e "A Corja", de Camilo Castelo Branco.
Pensava ele que ainda estávamos no tempo dos Cabrais...!
* - Dos Romances "Eusébio Macário" e "A Corja", de Camilo Castelo Branco.
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