No mês de Junho de 1910, irão contar-se 120 anos sobre a morte de Camilo Castelo Branco. Não se poderá falar de comemoração porque os suicídios não se comemoram, mas entendo que a data deverá ser assinalada.
O século XIX permitiu fixar as bases da língua portuguesa actual. Essa obra deve-se a escritores de génio como Garrett, Camilo e Eça de Queirós (que Alexandre Herculano me perdoe...) e a grandes poetas como Antero de Quental .
Neles enraíza tudo o que de melhor se escreveu em Portugal, desde então.
Entre esses grandes vultos, nenhum foi tão genuinamente português como Camilo, tão apegado à fala e aos costumes da nossa gente. Garrett e Eça correram mundo e receberam influências daqui e dali. Camilo raramente terá postos os pés fora do solo pátrio. É nas suas páginas que mais claramente se sente o pulsar dos corações portugueses.
O seu corpo foi depositado no Jazigo de Freitas Fortuna, no Cemitério da Irmandade da Lapa, no Porto.
É tempo de os seus restos mortais serem transladados para o Panteão Nacional, onde já repousa Garrett. Proponho iniciar na Internet um movimento de recolha de assinaturas destinado a pressionar a ministra da Cultura nesse sentido.
António Trabulo
Publicada por Antonio Trabulo NO BLOG: decáedelá
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